Mister Paulo Meneses, como está a correr o seu regresso à Associação de Futebol de Angra do Heroísmo (AFAH), dez anos depois?

Muito bem, sem dúvida! Como disse no dia da minha apresentação, a Associação neste momento tem uma organização que me surpreendeu imenso pela positiva. Estes primeiros tempos estão a ser muito bons. Já iniciámos os treinos de futebol feminino e agora arrancamos com o futebol masculino, neste caso com os sub-17, onde damos início aos trabalhos com vista ao torneio regional interassociações sub-17 que se disputa em dezembro, na cidade da Horta. Desde que começou a competição de formação, já tive oportunidade de assistir a dois jogos de sub-17, outros dois de sub-15 e um de sub-13…

 

E tendo em conta os jogos a que assistiu, o que achou do estado físico e mental dos jogadores, atendendo à longa paragem que atravessaram?

Em relação aos sub-17, assisti a dois jogos, como já referi, com uma qualidade acima da média, tendo em conta o escalão. Pensei que as equipas estivessem em piores condições. Em termos físicos estavam bem preparadas, com os jogadores a mostrarem uma competitividade muito boa. Penso que aqui há muito mérito dos treinadores locais que devem, certamente, ter feito um bom planeamento para que já no início de época os jogadores se encontrassem nestas condições.

 

Já foram definidos objetivos para a presente época?

Sim. E, naturalmente, passam por tentarmos fazer sempre melhor do que nos anos anteriores. E fazer melhor é ganhar as provas todas. Sabemos que isto seria ótimo, embora muito difícil. No entanto, atendendo à organização que a AFAH tem, ao nível de motivação que tenho visto por parte dos atletas nos jogos a que assisti, bem como à qualidade desses mesmos jogos, embora numa fase muito inicial da época, julgo que temos condições para fazer ainda melhor do que se fez nos últimos anos.

 

Há dias, em entrevista como Paulo Goulart, selecionador do futsal da AFAH, ele referiu que, na impossibilidade de se realizarem os torneios nacionais, iria convocar para os respetivos estágios atletas dos escalões abaixo de forma a começar a preparar a participação nos torneios da época 21/22 e, de certa forma, ganhar mais um ano de trabalho com os jogadores. Esta é também uma possibilidade no caso do futebol?

Já tive a possibilidade de ler a entrevista do meu colega Paulo Goulart e concordo com o que ele disse. No entanto, em relação ao futebol temos um torneio nacional, o Lopes da Silva, e, segundo informações que temos, ainda não está totalmente colocada de parte a sua realização. É um tema sobre o qual ainda não me debrucei muito. Embora já tenha conversado com o Saúl Neves, o nosso coordenador técnico, e com o Maurício Toledo, não pensei assim tanto nesta questão, pois temos uma grande esperança de que a prova se realize, isto tendo em conta que a mesma ocorre mais para a frente, já no final da época. Espero que se concretize, pois, a acontecer, será uma experiência espetacular para os miúdos. Tive a oportunidade de participar em seis edições deste torneio e sei que é um momento único na vida dos atletas.

Há pouco falou no Centro de Treinos de Futebol Feminino da AFAH, cujo primeiro treino se realizou no passado sábado. Como está a correr esta primeira experiência enquanto treinador/selecionar de futebol feminino e quais são as expetativas para o que aí vem?

De facto, foi a primeira experiência com o futebol feminino. Sinceramente, e até já comentei com o Saúl Neves e com elementos da direção, fiquei muito surpreendido, pois vi muita qualidade, bem mais do que aquela que estava à espera. Vi atletas com muito valor, a pensar e a perceber o jogo. Posso garantir que estou motivado para continuar com este projeto.

Publicado no DI